segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

um dia normal num bairro carioca

 Incomodo-me quando passo pelo meu bairro e vejo tanta desordem e a falta  de educação das. O que pra mim é desolador é no trânsito cuja imprudência reina: carros avançado sinal, carros largados na calçada de pedestres impedindo a passagem, lixo na praça. Á  noite o os canos motos roncando como se fosse uma britadeira ensurdecedora. Tudo num pequeno  bairro residencial de Jacarepaguá.

Começando pelo sábado.  Ao entrar no ônibus  dei bom dia à motorista sem ser respondido, nada de anormal até aí, percebendo a cara amarrada de insatisfeita e que a maioria dos motoristas não respondem a um simples bom dia. De repente no caminho depois de uma freada do ônibus ouço gritos raivosos da motorista na hora em que  emparelhava o ônibus a um carro:

-Vá pro inferno! Vá pro inferno, seu desgraçado! Quer dar uma de machão!?E alguns passageiros comentavam :

-Nossa! essa aí é arretada hein!

E voltava a gritar com ela mesmo:

-Pobre tem que sofrer! tem que sofrer mesmo! Desgraçado! E continuou xingando com uma ira incontrolável até o momento dela se acalmar.

No domingo acordo e vou buscar o jornal numa portaria. Deparo com uma moradora mexendo no seu celular que olha pra mim, ensaio um bom dia e ela volta a olhar pelo celular fingindo não notar-me. Meu bom dia sai quase sem som. Normalmente não dou bom dia para quem não me olha. Muitos fingem que não notar a presença pra não dar bom dia, outros não tem o hábito achando ignorando.

Depois da corrida até a praça já observo o lixo largado pelo chão e logo numa ruazinha uma caminhonete em alta velocidade na contramão. Atravesso a rua e carros e motos avançando. Pra as motos  a regra é  avançar sinal. Entro no Hortifruti para comprar frutas e verduras. Entro na fila e a caixa conversando com a cliente como se não houvesse fila de espera. Tudo numa tranquilidade sem igual.

E assim termina mais um fim de semana, e eu continuo  fingindo a tentar  me encaixar às regras de convivência meu bairro e da cidade. Melhor achar que está tudo normal pra não berrar descontroladamente como a motorista do ônibus e assim a paz reina internamente, tudo na perfeita traquilidade.




segunda-feira, 9 de novembro de 2020

beruf, o chamado...

 Quando alguém pergunta " o que você faz?". Muitas vezes há uma resposta imediata do tipo" trabalho com tal coisa" ou  "sou médico", "sou engenheiro, sou empresário" ,"sou juiz"... Das  profissões consideradas mais nobres pela sociedade  há uma rápida identificação entre o que se faz como profissão e  seu carácter. Se a pessoa é um médico , ele pode ter o dom de cura, ser um perfeito noivo, ou terá muitos amigos  bajuladores, mas também pode ser um mau carácter na vida. Dificilmente ele falará " trabalho na saúde".  Seu amor próprio é maior e pesa o fato dele ser um benfeitor para o povo. Por um outro lado, um gari dificilmente falará " sou um gari", senão " sou funcionário público" com certo constrangimento de ser descoberto, e se insistirem, para dar um ponto final, ele logo responde" trabalho para prefeitura". pelos olhos das pessoas, a profissão transparece o carácter. Neste caso, essa pessoa que trabalha como gari será desprezada pelas altas classe, ja que ele trabalha com o lixo. Alguns dizem "sou ninguém" quando perguntam quem é, como no conto de Rubem braga, O padeiro.  Assim como o sistema de castas na índia, o Brasil segue com essa realidade inconsciente. O dinheiro e a profissão muitas vezes irão falar mais alto.

Martin Lutero que levou a palavra "beruf" profissão ao vocabulário alemão, chamado de Deus. É daí que vem sua ocupação perante ao senhor. Havia antigamente  uma maior identificação entre a personalidade e a profissão. As profissões não eram chamativos para enriquecer ou para ter mais ou menos prestígio na sociedade, mas sim uma contribuição, uma participação no desenvolvimento desta, daí cabia um traço de sua personalidade.

Ao longo do tempo as profissões perderam sua identificação já que o enriquecer  ou ter prestígio numa sociedade vale mais que a dignidade. Talvez hoje é mais justo que haja uma separação e quando perguntarem o que você faz" trabalho como médico".

 



sexta-feira, 23 de outubro de 2020

O desajeitado da feira

 Comprando laranja pela feira percebia que um certo atendente desajeitado, um cara com seus cinquenta anos com cabelos brancos e parecia ser alguém um desvio mental, em sua face denunciava seu semblante de sofrido. Pois bem, ele sempre escolhia sem qualquer cuidado alguma laranja machucada no meio de tantas brilhosas com a casca como um espelho, por isso eu não dava o trabalho de eu mesmo escolhê-las. Esse descuido do vendedor me irritava profundamente e ele com seu ar triunfal de bom trabalhador se prontificava aos que se aproximavam:

-O senhor já foi atendido? A senhora já foi atendida?confere aí se o troco está certo...

Não me dando o trabalho de escolher as laranjas, sempre deixava-os os especialistas escolher. Há quatro atendentes para duas barraquinhas de feira e o chefe gordo como um leitão que fica atrás da barraca fazendo o trabalho de caixa, alheio aos acontecimentos, dava ordens esporádicas. Um  atendente o qual catava as ótimas  laranjas com todo cuidado agora fingia a trabalhar arrumando as laranjas pelas bancadas e nessa sobrava o uma senhora atenciosa dedicada, mas quando ela estava ocupada me aparecia e o tal desajeitado. E me vem um voz interna a reivindica sair de mim " não quero ser atendido por ele"!E sem explicar o porque, solicitava outro.

 Nunca tive a coragem de fazer isso, talvez por pena dele. Preferira conferir no saco as laranjas machucadas e reclamar com ele. Acho que como um bom brasileiro que vive a realidade e pra não arrumar uma discussão uma voz interna me diz "deixa pra lá"...

Pensei no sentimento de revolta no atendente e o mal estar  que esse meu pedido iria gerar. Certamente o atendente iria pensar que eu era um cara intransigente e a raiva iria aumentar nele toda hora que eu aparecia e blá blá blá...Bom, deixei o barco andar..

Foi então que ele me entregou o saco com a laranjas conferi e pronto. Estava lá: uma laranja toda deformada, mutilada. E eu falei com toda ripidez:

-Troca essa laranja toda arrebentada. E ele sem querer perder a razão:

- É só a casca, ela tá boa..Ela tá boa, é só a casca, é so a casca. 

Essa é verdade dele. Se eu estiver contrário a isso, será a briga da minha verdade contra a dele. Para ele não importa escolher o que há de melhor para o cliente, importa servir simplesmente. O ambiente que o rodeia é assim, sem exigências, sem regras... 

Trocou por uma laranja bem melhor e de quebra me deu a machucada, já que uma voz do patrão em seu inconsciente soou"  cliente sempre tem razão...", o "cliente sempre tem razão.

Depois de alguns dias, abri o meu presente dado por ele: a laranja mutilada. Ela estava um terço do tamanho normal, mas realmente estava boa por dentro, mas era uma laranja lima...Não era a que pedi, mas serviu...







 

beleza pura

 um ímpeto me toma quando aprecio as imagens das mais belas e delicadas mulheres

mesmo por vestígios em fotos que me confirmam que apesar de uma idealização que tenho

elas existem em algum lugar perdido como os tesouros mais profundos

essa brilhosas mulheres  dão a cor florescente e afinam ao meu espírito

uma paz espiritual me acalma, me relaxa quando me depara com elas em fotos ou em pesamentos,

já esbarrei com algumas na vida real, mas distantes permaneceram

adormeceram no meu sonho e vez ou outra voltam  a me rondar 

a me pertubar, a mexer comigo quando não dou bola a elas

como uma assombração prazerosa não me dão sossego,

só por um momento mergulho no presente, só por um momento,

respiro a pureza límpida dos vestígios de luz

e diante da negativa que os momentos não descansam no infinito

volto em meio a realidade que já não é-me o presente, 

mas sim um futuro

saio purificado do futuro presente que revive...

  

terça-feira, 6 de outubro de 2020

os idiotas incomodados no zap

Parei para pensar sobre o porquê eu fiquei incomodado por ser expulso do grupo de zap duas vezes. Talvez seja porque não estou tão acostumado em ser rejeitado. Uma vaidade que precisa urgentemente ser extirpada , como uma erva daninha, pois essa vaidade só infla meu ego, esvazia-o.

Lembro-me da primeira vez que  tinha criado um grupo para amigos de carnaval. Nele havia um rapaz que eu não conhecia bem, mas que ficou meu amigo num dia de carnaval. Acrescentei ele no tal grupo. O carnaval quase no fim, e um amigo se incomodava por este rapaz não interagir no grupo de zap. Uns dias se passaram, e ele pediu para ele expulsá-lo por esse rapaz não interagir. Nao falei nada, simplesmente deixei, mesmo que não tivesse de acordo com a atitude autoritária desse amigo que o tirou.

Passou mais um tempo e fiquei incomodado de ter deixado o Filipo  expulsar o André. Certo dia lhe enviei um msg no FB para talvez me redimir, já que eu me achava culpado. Ele simplesmente não respondeu e rejeitou um meu tal perdão. Imaginei logo que ele ficou chateado comigo por estar no grupo que o expulsou. 


Depois de um tempo, eu era a vítima da expulsão. A primeira foi por me manifestar num grupo de banda de carnaval, já que eu não me manifestava por não ser de grupinho, nem ser ex-aluno da sala deles, e muitos não me conheciam. Também não me inteirava tanto com esses amiguinhos de colégio, somente com alguns. Bem, fiquei chateado por não participar do dia do desfile, apesar de poder ir, já que a rua é pública. Mas minha atitude foi de resignação aos egos inflados que são os bobos da corte do carnaval do rio.

A segunda foi de um grupo de amigos de infância do condomínio. Alguns se incomodavam por eu não interagir. Sentiam talvez que algum espião os observava. Realmente, não interagia porque não convivia com eles fazia tempo, por distanciamento naturais da vida, entretanto eu levava comigo uma consideração por passarem a infância comigo. Para mim foi ótimo , pois sempre quis sair desse grupo e não sabia, já que eram amigos  que eu queria uma certa distância...

Acho que o brasileiro ao logo do tempo, aprendeu a sair do grupo e a de expulsar, a ter sua cultura no zap. Antes ficava com pena de expulsar alguém. Hoje não é sincero, não pergunta se pessoa  deseja continuar a inteirar ou não  no grupo, se a pessoa quer realmente fazer parte. Ele usa do seu autoritarismo à brasileira para separar-se os grupos.

Diferente de certas culturas mais sinceras, o brasileiro se ajustou em suas atitudes de se fechar em grupos e usar do autoritarismo quando se incomoda. Falo do brasileiro, por ver o desenvolvimento de comportamento de algumas nacionalidades nas redes sociais de grupos. Na sociologia das redes em tempos cibernéticos o brasileiro se mostra (melhor não generalizar) seus traços onde tudo é sentimento, a divisão dos bons e os maus, da separação dos que servem e os que não servem. Talvez seja simplesmente alguns idiotas com algum recalque....




viver é ajudar acima de tudo, é aceitar os presentes da vida

 Sempre carrego comigo o pensamento de que não deveria ser dependente de ninguém. Até aí nada demais, pois quase todos somos alertados a pensar assim quando pegamos uma carona com um amigo e esse amigo volta tarde além do planejado. De esperar os outros para nos arranjar emprego ou até mesmo uma companhia para uma corridinha para emagrecer. São diversos os exemplos.

Devemos sim ter esse pensamento de independência, e ele é extremamente importante para o nosso crescimento, sobretudo saber que somos sempre o capitão do nosso barco. 

No entanto, mesmo tendo essa certa independência dependemos de outros, como não pegar a carona com o amigo, mas o ônibus ou o taxi , uber. Precisamos do recrutador dos direitos humanos para arrumar esse emprego. Dizemos que precisamos de muita gente mesmo que indiretamente. 

Será que isso  tira o rótulo da sociedade capitalista onde a lógica é o mercado?ou talvez nos monstra que precisamos de alguém somente quando o precisamos de fazer grana?

será que a concepção de que o mundo capitalista é realmente altruísta disfarçado de egoísta?

E quando perdemos tudo, tudo, até a roupa do corpo. Porque temos tanta vergonha em pedir ajuda a alguém?

Quando estamos com sede num lugar deserto, porque se envergonhar e pedir alguém uma água e um pão?


por que não aceitar um presente, um beijo e um abraço?porque isso seria sentir como um devedor?

Talvez essa vergonha esteja entranhada e  não percebemos. Somente através de experiências esporádicas percebemos essa cegueira.

Sentir a humilhação dos santos nos faz como eles, nos faz alvos de uma sociedade egoísta que vive alienada a certos paradigmas, um mundo utilitarista quase ao extrema que leva a guerras sem fim...Ao contrário ajudaríamos um ao outro mesmo de graça sem querer nada em troca, como os monges, os pedintes em frente a porta dos estabelecimentos, o andarilho, o viajante...

Até um morador de rua muitas vezes quando não tem o coração aberto e vive envergonhado, sentindo-se rebaixado não quer ajuda por medo de ter uma dívida.

será que o médico só assistirá o doente que pagou a conta?

será que vamos deixar quem passa fome e sede agonizar na solidão?

Quanto mais solidária uma comunidade é, mais paz ela tem, mais humanismo ela vive...





terça-feira, 29 de setembro de 2020

resenha "Os sonâmbulos" Huguenau

 Na trilogia dos sonâmbulos, a obra Huguenau traz o estilo consumado de Herman Broch. Nessa obra ele consegue captar o zegeist que rondava o mundo e a Alemanha. 

Arrebatada pelo o espírito militar e o espírito positivista, a Alemanha é levada ao fundo do poço com o nazismo e o holocausto. Broch retrata bem o que se passava no mundo nessa época. Talvez uma analogia a Fausto de Goethe. 

As mentes alemães contaminadas pelo aumento do nacionalismo, a decadência religiosa e filosófica era como o escritor Broch retratava a época em que vivia. Hanna, mulher de um oficial era a própria sonâmbula, uma mulher fria, torpe e não tinha muito apreço por sua família. Antes de casar almejara estabilidade financeira através de um casamento bem sucedida, assim era Alemanha sonâmbula, que no final caminhou para sua morte. 

Esch, um editor de jornal casado, mas sem filhos que vivia na redação de jornal localizada numa casa velha, vivia ali com sua mulher e uma orfã, que o pai era um preso de guerra e mãe morrera. Também era um guru revolucionário de uma seita protestante que exercia sua influência na sociedade através de da influência do general Pasenow, um típico militar durão com ideias ultranacionalistas. Este foi apresentado por Huguenau a Esch para que comprasse o jornal e daí exerce suas ideias nacionalistas, um claro aviso do que iria suceder  logo depois: a Segunda Guerra. No primeiro volume da série, Pasnow era um velho durão, mulherengo, fofoqueiro e ranzinza que tentava exercer sua influência em seus filhos, um típico militar com a mente perigosa, os mesmo militares que abriram caminho para o nazismo.

Huguenaw, personagem principal,  foi quem ajudou na compra do jornal de Esch, um burguês que quer acima de tudo, ganhar de dinheiro de qualquer maneira, sua avidez e ganância fazem com que suba rapidamente de posto, um cara sem nenhuma cultura, mas com excepcionais habilidades para os negócios

Num capítulo á parte, Godick, um ex-pedreiro, entretinha com as enfermeiras e medicos. Ele era soldado ferido de guerra que teve seus membros amputado e que questionava a ciência da época com seus métodos cegos de amputação. Além dos judeus e a menina exército da salvação que eram vistos como outra degradação espiritual em contraste com espírito católico europeu.

Os sonâmbulos é o retrato fiel da  Alemanha no período entre guerras, próximo de começar a segunda guerra, já que o escritor escreveu essa obra um pouco antes de iniciar a segunda guerra. Broch como um grande escritor descreveu com maestria todos os sintomas colaterais que alemanha sofria e sua eminente entrada para uma segunda guerra. A Alemanha que já sofria efeitos devastadores da primeira guerra persistiu no erro entrou numa segunda e só assim depois da tragédia parece que aprendeu. Broch alertou com sua obra máxima o que poderia acontecer.





sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Zegeist

Cada época impoêm suas regras. É como um código de conduta que paira pelas sociedades. Com mundo cada vez mais entrelaçado a influências mundiais. E quem for educado por essas regras já segue incoscientemente sem resistência, com raríssimas exceções. 


O que destoar dessas regras ou comportamento é condenado pela sociedade, pois há uma moral mundial e local.

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

minhas reminiscências...

Fazendo minhas reminiscências lembrei de dois acontecimentos que alertavam de como o mundo triturar  nossos sonhos , o amor e as alegrias. 

Sempre fui muito sonhador, um idealista nato, e sempre gostei de sorrir. Bem, numa certa vez na escola lembro que não parava de rir de uma amigo de turma, um gordinho tão branquelo que a sua alvura dava o contraste com seu cabelo preto e algumas partes rosas da sua pele. Em vez de assistir às aulas, adorava  bagunçar e zoar os amigos de classe, não parava quieto. Tudo que ele fazia, eu ria, não me importava o quê. Acho aquela aparência desse gordinho me fazia lembrar os ratinhos bem branquelinhos como os  de desenho animados, mas estava ali em forma de gente. 

Essas minhas gargalhadas silenciosas que me deixava roxo de tanto rir  da qual ele conseguia me tirar, o incentiva ainda mais arte da baderna. Porém, certo dia ele começou a se incomodar com meu riso. 

-Olha lá, esse moleque não pare de sorrir!Todaa hora ele ri. dizia ele.

E eu que como ele percebia minha timidez, tentava fazer-me o bobo para que os outros pudessem rir de mim. A partir daí  comecei a segurar os risos para que ele não pudesse ver e ele fazer com que eu virasse piada. Quando ele fazia qualquer coisa, eu ia para um canto e me segurava.. E foi assim até o final do ano. 

Outra vez, foi com os meninos do meu prédio na minha adolescência também. Ele era um menino robusto e muito grande. Batia em tudo e em todos, e eu sorria a cada pancada que ele dava nos mais desprotegidos, a reação bruta dele sem piedade e autoritária trasnformava os meninos em bonecos de pano. Lançava os outros garotos longe,mas antes tomavam umas surras pra aquecer. E quando ele percebia meu riso, me pegava e quem apanhava era eu. Eu virava mais um boneco. Começei então a segurar quando ele me caçava com seus olhos. 

Acho que esses dois fatos me lembram a proibição do riso pelas igrejas na Idade média, como retratou Humberto eco em sua Obra "em nome da rosa". O riso incomodava a igreja, já que ela não queria ser alvo de paródia. Assim como os militares, estes detestam o riso, a palavra de ordem é uma tal seriedade fria e seca. Volta e meia os jornais são censurados quando fazem paródias das autoridades ou religiões, como foi o caso do jornal Charles Hebdoo que foi atacado por radicais terroristas. Mataram quase todos os jornalistas por zombarem de alá. 


Nesses dois casos, os meninos no qual se incomodaram com meu riso talvez ele se acharam alvo de chacota e não gostaram. 


Somos condicionados a notícias más, nos incomodamos com um sorriso, com uma gargalhada. Quando alguém vê ou ouve um sorriso, logo se instala a raiva, a inveja que a outra pessoa sorri porque o mundo é feito para nós chorarmos e não sorrir, mas a vida é um sorriso. O riso deve ser imediatamente censurado, não só pela igreja, pelos militares, pelos governos, pelas religiões, mas por toda gente. Assim sorrimos por dentro, calados. Assim eles conseguem abafar o sorriso e afundar as esperanças..


Minhas paixões dizimadas. Ahhh fora muitas.  Na minha juventude estava numa  festinha, tinha reparado uma linda menina. Sua amigo me dissera que ela estava afim de mim. Logo na primeira oportunidade depois de umas cervejas para encorajar e dissipar minha timidez, e  com a mais profunda inocência, influenciado pelas músicas de pagode que eu escutava, disse a ela:

-Seus olhos dizem alguma coisa. 

Pronto. Achando que iria soar bem minha frase poética, o menino bobo caiu de vergonha depois que a menina esperta espalhou para todas suas amigas e a festa. Acabou com todas minhas esperanças. Ali ela me censurou, reprimiu minhas esperanças de dar um beijo nela. Apesar do clichê,  só queria um beijo e conhecê-la melhor e mais nada E ela, ela só queria me sacanear e zombar da minha frase ridícula. Quando eu  encontrava com ela e as amigas, não sabia onde enfiar minha cabeça. Ali já tinha perdido qualquer interesse nela.


Assim é o mundo , ele reprime nossos sonhos, sentimentos risos e fantasias. Ele corta nossas asas. Nossos sonhos limitados por padrão de consumo são exaltados. Nossos risos são proibidos, só a tragédia está totalmente liberada.


Nesses acontecimentos é que eu percebo que aí eram sinais que o mundo se demostrava como ele seria, eu não imaginava. Ele teria por função esfacelar todas esperanças, desviar os caminhos, abstrai-nos da realidade e implantar toda e qualquer preocupação e instalar a cultura do medo.


A nossa luta é contra esse mal. Então vamos sorrir muito e ter muitas esperanças!!!!!











sexta-feira, 11 de setembro de 2020

sentidos...

Volta e meia, sinto uma sensação de que as oportunidades se foram foram. E depois das restrições da covid , todas elas desapareceram completamente, não restando quase nada. Agora sim sinto o tal vazio existencial por aqui, um pouco entediado.. Uma leve sensação de que não faço parte do mundo e que as pessoas não sabem da minha existência, exceto minha família e os velhos amigos que ainda  ora ou outra dão as caras. As amizades estão cada  vez mais longes, os lugares sempre são os mesmos, as pessoas da rua já me são íntimas sem mesmo me conhecer. 

Respirar um ar renovado me faz falta, só assim me encho de energia. No momento ela permanece em quarentena, adormecida...

As sextas...

 Música pela já pela manhã, de preferência o samba carioca, barulhos e mais barulhos caóticos misturados ao motores e buzinas de carros e das irritantes motos de canos estourados com ruídos ensurdecedores,  competiam entre elas quem iria fazer o barulho mais alto. Não é fácil se concentrar em alguma leitura. Mesmo não sabendo o dia da semana, era fácil perceber: a sensação era sempre a mesma às sextas.

 Uma agitação na alma e no corpo, talvez o limite da semana. Todos acelerados.  Aquele que detesta a segunda reza a semana todo para chegar esse ápice. Doidos para se livrarem dos seus trabalhos entendiantes,  procuram um bar para descarregar o enorme penar da semana, como uma terapia; outros se apressam para chegar logo em casa, já que quase não viram suas famílias ao longo da semana, já que o trabalho os consumiam tanto. Queriam merecidamente relaxar e com sol aparecendo,curtir uma praia.

Essa é a largada fim de semana por aqui pelo Pechincha.

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

a símdrome do homem moderno

 As mudanças estão cada vez mais rápidas. A noção de tempo é imperceptível, viver  intensamente cada pedaço dele é raro, sobretudo em diversos lugares do mundo. O tempo do homem que vive em nova york é diferente do índio isolado na américa do sul, ou do oriental isolado nas montanhas. 


O homem muda porque é um único, não há uma heterogenidade , as influências vem de fora, alguns países tentam impor barreiras, controlar  essas influências externas , mas não conseguem por completo, escapa pelas frestas. O mundo cada vez mais globalizado sofre de novos problemas, e grande parte delas vinda através da mídia. Há de fato um controle mundial.


O mercado financeiro é globalizado e isso tem influência direta das nações mundiais que fazer seu comercio exterior. Não são isoladas. Qualquer notícia vai afetar a ordem, a cabeça do homem moderno, nem os índios numa tribo isolada consegue sair totalmente ileso. As pessoas irão  tomar atitudes inspiradas nos acontecimentos: seja inventados ou reais, como saberemos a veracidade dos fatos? 


Se criarem uma pandemia, mesmo que  não seja , e difundirem mundialmente, ela será quase que completamente aceita, dependendo dos interesses dos donos do mundo. Não vamos esquecer que  o mundo está cada vez mais interligado, não há como voltar atrás, mesmo que os conservadores gritem e esperneiem que antes tudo era melhor e que agora há uma destruição dos "valores" ocidentais, o mundo caminha de forma progressiva. Se inventarem uma crise econômica, mesmo que ela seja fakenews, ela será espalhada e terá consequências mundial devastadoras. Não importa.

Sendo verdadeiro ou falsa as notícias irão se espalhar, e a mídia mundial intensifica esse processo, caso ela se faz interessada.


O homem moderno , mesmo alheio ao mundo, inconscientemente é influenciado por essa notícias, antes,  pelos astros, alguns são atingidos pela depressão, outros por mudanças drásticas em sua pysiqué. Esse homem atual baseia suas atitudes nessas ações, diferente do homem antes da idade média, mais livre, seguia sua lei. 

Hoje, a maioria   não percebe que  é  carregado pela mão invisível  e  esta o leva em direção ao destino desejado por essas forças. O homem guerreiro é o que percebe e luta contra poderes talvez diabólicos que afunda o homem e levam ao tal pessimismo. 


Da idade da Pedra até o celular, tudo isso são transformações na cabeça do homem ao longo do tempo. Depois da idade média, o tempo acelera em progressão geométrica.

 

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

algumas mulheres deixam rastros...

Meus sonhos tem sido marcados por mulheres. Por mulheres que deixaram rastros na parede do inconsciente. Aisha é uma delas. Amiga de uma ex-namorada ou digamos assim, ex- ficante, lembro-me aqui desde a primeira vez que a vi num ensaio de dança de maracatu, próximo as festas carnavalescas, no aterro do flamengo. Assistia ao ensaio atentamente, e avisado pr minha ex para receber uma purpirina ou algo assim de uma amiga sua.


Foi de repente durante no ensaio que a tal amiga surgiu. Não me lembro bem como ela chegou em mim, mas sua simpatia, sua aparência exótica e seu modo descolado carioca me despertou de cara. Ela entregou-me uma purpurina, já que nos encontrávamos próximos ao carnaval. Falou comigo rapidamente, senti um ambiente de intimidade quando me dirigia as palavras. Aisha, assim como o nome, é de uma beleza rara: olhos verdes que iluminam o seu entorno, morena com a pele alva  de traços incomuns, jeito carioca típico da zona sul, de  estatura e porte médios,  um semblante marcante de enfeitiçamento,  uma bruxinha cheia de graça. Existem pessoas que deixam marcas intensas por onde passam, e Aisha é uma delas.

Lembro também de uma visita com a ex-Paloma a seu ap rústico no bairro carioca da zona sul nas laranjeiras. Eram prédios baixinhos bem estilo europeu, local agradável de vista para o cristo. Ela serviu-nos um ovo mexido e esse seu jeito tão íntimo que já estava, sem pudor nenhum provava  roupas com sua amiga por cima de outras  no seu atelier sob os meus olhos,e eu não sabia onde enfiar a cabeça.  A casa da sua família tinha livros, sobretudo de psicologia e algumas marcas de judaísmo, assim descobri que tinha raízes judaicas e que sua mãe é psicóloga. Neste dia, a intimidade com ela crescia em mim, como já me conhecesse há tempos. Essa intimidade era inexplicável, esse traço típico de fazer o ambiente mais agradável, mais amigo me dava uma impressão marcante dela, de uma ternura no ar, de refletir mais sobre a beleza da mulher, ressucitar todo o sentimento de carinho. Uma simpatia rara, um ar vitalizador sem igual. Uma mulher apaixonante. Essa mulher nunca me saiu da cabeça. 

Em todos os encontros com ela, fazia-se um traço nno meu incosciente. Depois de alguns anos sem vê-la e pelo pensamento da impossibilidade de ter um ensejo de encontrá-la, pois não era tão fácil assim esbarra com ela, num certo dia no Leme, sentado na areia me deparei com Aisha caminhando sozinha pela orla, enxerguei de longe. Todo meu olhar para o mar, observando o tão horizonte, assim como tê-la, estava ali e meus olhos  voltaram-se todo para ela. Olhei-a de cima a baixo, qualquer detalhe eu captava. Ela não me percebeu. Esperei um pouco e decidi caminhar para que ela notasse minha presença. E logo quando ela dava meia volta da caminhada, fitei Aisha, ela ainda não tinha percebido, estava num êxtase com o dia ensolarado tranquilo de praia. Eu querendo uma palavra sua, disse:

-Olá, Aisha!
-Oi, tudo bem. E saiu com um sorriso.

Era fácil notar a energia que envolvia  Aisha. 

Dali saí com sentimento de paz. Consciente de que não existia tanta esperança, ela tinha  namorado. E Aisha ficava mais distante de mim. Estava conformado que era difícil conseguir namorar ou ficar com ela pela lógica que vivia. Uma menina envolvida com uma outra galera. Aisha não era vista em qualquer lugar. Bom, mesmo assim, saí rejuvenecido desse último encontro. Agora sonho com ela no instagram, vendo suas fotos e selfies. 

Nesse mesmo dia na , vi a tal Cris, uma das mais belas mulheres que vi em fotos e que de repente vivo me aparece na praia. Cris é uma bonequinha de franjinha, professora de yoga, atriz ,de pele brilhosa bem branquinha, é um prazer delicioso só de vê-la. Mulher que eu já era apaixonado antes de conhecê-la. Ela não sabe sequer da minha existência nesse mundo.  Caminhei lo...







quinta-feira, 27 de agosto de 2020

discurso de personagem sobre o apagamento da história...

-Passam os tempos e as gerações não sabem o que se passou há dez aos atrás, imagine há cinquenta, cem, duzentos anos...Os mesmíssimos erros acontecem por essa cegueira. Seria proposital, uma força premeditada inconsciente?seria ela a ignorância ? apagar o passado favorece ainda mais o aumento de poder dos mais poderosos para oprimir  a sociedade. Sendo assim, a o predomínio ignorância é uma dádiva para os que estão por trás do controle. Não é uma teoria conspiratória como todos vão achar. Levar o conhecimento de refletir é uma verdadeira ameaça.  que acha disso Saulo?

Ah, Manuel... Eu não me lembro nem o que comi hoje pela manhã...

-Aff...Não é disso que estou falando. É de saber  ler, interpretar , raciocinar e saber um pouco de história e dos nossos direitos na sociedade! Os políticos, os poderosos que mandam.

-Por isso então aquele ditado" quem tem enxerga em terra de cego é rei".

-Boníssimo, meu caro.






domingo, 16 de agosto de 2020

E de repente: covid...

E de repente tudo se transformou em covid,  em pandemia. Será mesmo pandemia?


Os outdoors pedindo para ficar em casa, empresas anunciando  máscaras de proteção  à 180 reais parcelado no cartão, os ambulantes se convertem em vendedores de  máscaras, oferecendo-as por uma barganha de  5 reais. Filas kilométricas nos mercados, nos bancos. A mídia anuncia o aumento das mortes e exige o fechamento total. Os mascarados andando desconfiados. Tudo vira live, curso, workshop, tudo é online, é a moda. Essas são as palavras mais faladas nesses tempos.  As disputas políticas ficam mais tensas, os governos ganham muito mais pode e se transformam em mais  ditatoriais, afoitos para desviarem verbas, notícias de fechamentos de estabelecimentos, mortes e desemprego total, o caos instalado.  E medo se instala...

Esse tal declínio do ocidente....

A crítica ao mundo moderno é sempre presente em qualquer esfera da sociedade,  sobretudo  nos intelectuais ocidentais cujo discurso se baseia quase que no modismo de declínio, decadência do ocidente, catástrofes, tragédias. Os vendedores de livros adoram esses títulos. É a ferramenta mais que utilizada discordar modelo político-econômico e trazer consigo a massa para a mudança. Há também as ameaças de fim do mundo ou de guerras. 


Percebem ou arranjam problemas políticos e de ordem  intelectual, que de certa maneira sempre existirão,  e pregam o seu fim para logo dar lugar a outro. Mudam a mentalidade das pessoas e impor a sua visão de mundo. E quando os vencedores que pregavam o declínio do ocidente impõem a sua visão de mundo se transformam em alvo, tudo se inverte, o lado contrário começa o trabalho de crítica para logo após um tempinho, depois que já provaram o gostinho,  protestam o declínio do ocidente. E isso permanece num ciclo vicioso.

O mundo moderno , apesar dos seu problemas e de seus proféticos intelectuais pregando o fim de tudo  sempre sobrevive ao mal. O que nós devem perceber é onde está o discurso populista do verdadeiro.




sexta-feira, 14 de agosto de 2020

A cultura em último plano

 Um país  que pensa que por  estar em crise  deixar a cultura em último plano é natural só pode estar forçado a incultura do seu povo .



 Essa é a frase parece ser adequada à primeira vista quando pensamos  na fome e em conservar nossa vida. Mas não a uma disputa de prioridades, a cultura caminha com a crise e a fome, ela que sustenta a sobrevivência da humanidade. Esse é o contexto que permeia o contexto brasileiro. Fortalecer a economia sem cultura, somente com a formação técnica ligada a produção e o distanciamento da cultura, como a China, nos carrega ainda mais para o subdesenvolvimento.

 A submissão dos asiáticos, com raríssimas exceções, ao regime ditatorial é um exemplo, pois nesses países a cultura técnica é quem prevalece. A falta de contestação e crítica, mesmo que ela desagrade, faz com que um povo seja escravo do poder e os amarra a uma imposição.  Honk Kong é uma dessas exceções. A ilha trava uma luta contra o regime chinês opressor, é bastante notável quando vemos o povo nas ruas protestando, sendo preso, se revoltando, que sob a influência cultural ocidental, Honk Kong luta para manter viva sua pequena parcela de liberdade.


A cultura é primordial sempre. Não é somente um adereço da classe burguesa.




 

a submissão

 Ao pensar na luta entre o opressor e o oprimido...


Existe essa lógica e ela é inegável,  sempre existirá: o escravo e o patrão, o pai e o filho, o país poderoso, a cultura poderosa. Sendo assim, os Estados unidos um país com grande poderio econômico, militar e tecnológico, tem um grande poderio mundial. E esse predomínio faz com que fiquemos submetidos às políticas americanas e de certo modo a sua cultura. Saber o inglês hoje torna-se essencial para comunicação no mundo moderno, ter  dólar também, já que  é a moeda de troca no mundo inteiro. Pois bem, se quisermos lutar contra essa dominação, teremos que rejeitar o mundo externo e viver nas sombras do mundo, isolados numa ilha. talvez o Brasil exerce esse papel, um país fechado ao mundo, sofre um complexo de inferioridade, aquele tal complexo de vira-lata. 


Não digo que devemos aceitar passivamente a dominação , mas saber a existência dela para analisar até que ponto a dominação se torna exploradora, ou opressora. Do mesmo modo, há patrões que  exploram seus funcionários,  e há patrões que não. Não há só o lado do patrão explorador e mau, também há o lado do funcionário malandro, mau carácter . Na época da revolução industrial, a exploração era escandalosa, os trabalhadores eram quase que em sua maioria explorados. No entanto, devemos saber separar o joio do trigo. O que está em jogo aí é o carácter do patrão e do empregado. O que de certo fato existe é que a grande maioria dos patrões são exploradores, já que o pesamento do lucro permeia a cabeça dos donos de empresa. Num país como o Brasil, onde há o egoísmo, onde muitas vezes não respeita o outro é quase que natural falarmos em opressor e oprimido. Há raríssimas exceções.


 É necessário reconhecer que a submissão  existe e sempre existirá para o estabelecimento de uma ordem, suportada por uma ideologia, porém devemos sermos críticos a essa submissão, pois ela passa dos limites. Não temos que achar, como alguns pensadores,  que essa submissão é simplesmente natural, mas sim saber como ela foi formada na luta de interesses divergentes e fiscalizá-las e protestar, contestar seu domínio. Nos países orientais há um predomínio quase que total do conhecimento técnico e um desprezo pela cultura, incentivado pelos governos que usa do seu autoritarismo para não serem contestados sufoca a cultura e seu poder com medo de serem contentados. Seus cidadãos vivem no mundo das cavernas Por exemplo, as tensões entre a China e Honk Kong onde a CHina quer impor seu autoritarismo e Honk kong contensta com protestos do povo saindo às ruas. Há raríssimas exceções na àsia. Na America latina o Brasil segue a linha técnica, de desprezo plea cultura e seus valores.

Olhando o exemplo da revolução francesa e Russa, percebemos que o povo tomou o pode e abriu caminho para ditadores imporem a mão de ferro seus regimes antidemocráticos.

Esse assunto tão presente no nosso cotidiano foi amplamente abordado por grades pensadores, sobretudo por Hegel, Marx e Padre Antônio Vieira, Paulo Freire e outros grandes pensadores.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

cidade arrebentada

Já relatei como é minha visão até o centro da cidade de ônibus. E sempre sinto o mesmo quando faço essa viagem. É muito aparente o contrante social do Rio: favelas, prédios luxuosos, florestas verdes montanhosas pela Grajaú Jacarepaguá. Mais a frente a cidade com seus morros e favelas e prédios, tudo muito apertado numa cidade maravilhosa abandonada.

A quantidade de moradores de rio é quase infinita quando se chega ao centro. A cidade se trai quando não olha para dentro de si. Uma multidão deles na avenida Rio branco com seus colchões em meio a um ambiente insalubre. Ao redor, a cidade cheia de lixo pelas ruas. Um terror. E em meio a isso tudo, prédios de empresas bilionárias e do poder público convivem na mais pura harmonia, e passam homens e mulheres com roupas formais.

Em outras avenidas ambulantes fecham o caminho, a calçada dos pedestres. Tudo acontecendo em mais um dia de Rio de Janeiro.

Os desempregados disputam um cantinho para vender seus produtos, como uma propaganda do google, do youtube. Importunam e fazem um caos a paisagem. Os apelos que comprem suas mercadores é incessante.

É um trem fantasma. Um purgatório onde a maioria são mulatos e negros, estes passam sujismundos esfomeados como zumbis pelas ruas em busca de algo que nem mesmo eles sabem. Esperam lá na frente a morte. Vivem como animais onde o desejo é a intuição.

Naquele momento precisava de um ar, uma saída para  respirar, me livrar da miséria dessa cidade, da mentalidade desse povo que vê a vida passar tranquilamente em meio a violência visual, apatia e a passividade. Minha serenidade  busca um alívio,