sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

escritor do mercado X escritor invisível

 Outro dia li a resposta de um tradutor com muitos seguidores para um aprendiz de escritor numa troca de perguntas e resposta no instagram, quando este perguntava se um dia leria sua obra de ficção.  O tradutor foi enfático dizendo que não leria a obra, exceto se fosse um escritor de intermediado pelas editoras e fosse de sucesso. Traduzindo o tradutor: nunca vai ler! Está bem claro que a visão do tradutor é puramente mercadológica, pois as grandes obras demoraram para serem editada, muitas vezes após a morte dos autores.

Pergunto, quem diz que o escritor deve ter uma editora para se tornar famoso? Ele só precisa de pessoas sem a visão mercadológica para lerem suas obras e assim sendo uma mensagem que une os povos. que  espalhem como pólem.n 


Em geral para entrar no mainstream ou esse mercado, devemos estar em contato com a elite cultural do paí conhecendo pessoas influentes, editores, escrever sobre o que rola no momento, a cosmovisão atual de mundo... No Brasil a grande parte esta classe está a mídia e na universidade e a outra parte alternativa se encontra nas mídias sociais, gente com muitos seguidores. Esses tentam a estratégia da publicidade aos mostrarem uma alternativa  ao establishment das universidades e da mídia. Tentando por várias maneiras mudar a perspectiva de opnião. Dando certo, outros os seguem e pegam carona nas novas visões.

São raríssimos os casos em que um autor fora desses meios seletos são publicados.

Sendo assim, um certo desânimo espanta os escritores que querem ganhar dinheiro com suas obras e estes desistem de tal projeto. Outros que escrevem como uma necessidade, ficam a margem da sociedade da escrita, são os invisíveis, assim como os moradores de rua.



sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

O que será a verdadeira liberdade?

 O que será a verdadeira liberdade? será que a gente acredita que tem liberdade ou só vivemos acreditando numa falsa liberdade? a verdadeira liberdade seria próxima ao pássaro?


Importação de políticas de fora e a destruição dos direitos populares

 As instituições ao logo de décadas assim por dizer recebem influências e padrões de fora, embora elas sejam a proteção e reação contra os males , pois muitas dessas disfarçadas em ideologia seguem padrões prontos vindo de fora e assim muitas vezes destroem a soberania de um país.

Não quero debater questões polêmicas como aborto, ideologia de gênero, liberações das drogas, quero discutir o que contamina as instituições de uma forma devastadora criando caos no país como por exemplo, a tal liberdade das big techs, o discurso inflamado, o liberalismo, o comunismo, o tal socialismo, o racismo, políticas defasadas importadas...

O caminho dessa contaminação inicia-se na universidade, nas escolas e quase juntamente na mídia até chegar ao povo por meio desses intermediários. A influência desses meios permeiam a mente da sociedade e assim é aceita por ela com a total passividade, depois de estar entranhada no inconsciente coletivo.


Não é difícil o lixo se alastrar por toda sociedade, pois o mundo globalizado facilita ainda mais essa divulgação. Por trás dessas influências há interesses de grupos bilionários mundiais, alguns se transvestem de ONGS e fundações como bilionários Rockfeller, fundação Ford...


As consequências podem ser devastadoras para sociedade, pois para desfazê-las toda a nação pode pagar um preço alto por isso, pois podem surgir levantes populares contra os governos, uma reação contra classe política desembocando num caos social e político. Essas manifestações podem ser de duas naturezas: um povo esteja a favor das ideologias importadas e assim se revoltam para exigir a implantação delas, mesmo que sejam destruidoras; ou podem se levantar contra a classe política corrompida que absorve políticas e interesses externos clamando por soberania e politica mais igual.

No Brasil, as instituições, por exemplo, absorvem padrões mundiais, um modelo a seguir, o lixo importado ditado por Instituições mundiais ou poderosos bilionários, talvez seja uma latrina do "primeiro mundo"  local de experimentos desses poderosos. Assim há a dialética permanente entre o dominante e o dominado quando as instituições aceitam padrões impopulares para subjugar a população e deixá-la longe do seu poder como povo, o que seria algo mais próximo da democracia. Os três poderes brasileiros são tão distantes de seguir os interesses populares como o sol é de netuno. As instituições são totalmente contrárias a voz popular e trabalham contra a nação e aumentam mais seu poder ditatorial quando aparece uma grande oportunidade como essas, espremendo o povo em qualquer grito por democracia. A voz das instituições utilizam da palavra democracia popular para esconder do povo seus planos e ações. Assim, importam políticas externas baratas, aumentam a burocracia  e se distanciam cada vez mais dos interesses populares no qual sua busca se torna uma ilusão...


O que há no Brasil é um estamento burocrático poderoso, um monstro que se formou com tranquilidade ao longo do tempo  para proteger a si e  seus interesses contra o povo e manter sua vida luxuosa cheio de regalias, assim como os ricos dessa nação onde se privam seus filhos do contato popular e se fecham num mundo particular de colégios caros, condomínios de luxo e omissão consciente da tragédia dos serviços públicos, forçando assim uma desigualdade mais gritante com apoio do poder público e governamental, já que eles são culpados , pois muitas vezes são as vozes que comunicam com o poder governamental e público, por isso possuem advogados que tem contato com as instituições, que são corrompidas, e asim há uma abertura para essa classe, deixando as outras a viver a deus dará...



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Lembranças do Vidigal

 Subindo pelas ruas estreitas do morro do Vidigal com meu amigo Gonçalo, deu para sentir um pouco a vida paralela dos excluídos da sociedade brasileira, pois não pagam impostos, nem água, luz para o governo, mas sim uma taxa para o tráfico de drogas que mantem a ordem do local.

A parte de baixo da favela já é verdadeiro um caos: moradores subindo e descendo, mototaxis num leva e traz moradores, num ziegue e zague sem e barulhos cada vez mais irritantes dominam as ruas da favela. Parece que a rua das favelas lhes pertencem e o pedestre não tem vez. É um tanto penoso que as motos nos impõem forçando a nos equilibrar por ali, já que não há quase nenhuma calçada de pedestres.

Logo ao subir vimos um negro de costas com uma grande peixeira. E o aviso que não estávamos em local levemente seguro. Olhamos um para o outro, comentamos o fato e começamos a subir até uma vendinha de mercado já quase no meio da favela. Sentamos na encosta do mercado para observar os moradores no seu sobe -desce cotidiano, bebemos algumas cervejas e decidimos voltar, pois estávamos um pouco cansado de um trilha e decidimos retornar outro dia. Quase chegando à base da favela, depois de avistar a linda orla da ipanema e o degradê entre o mar e o céu, meu amigo decidiu comer algo e sentamos num self- service da favela onde havia muitos gringos.  Ali meu amigo se serviu e vimos a mesquinharia da dona em querer cobra a mais por um pedaço de carne que meu amigo pegou.


No segundo dia de favela, já estávamos mais descansados e decididos a subir o morro dois irmãos. Subimos a pé novamente, apesar de haver os mototaxis. Perecemos um alarme e um cara em uma moto, parecia ser um ladrão de motos. Um olhou para outro comentando e seguimos. Chegando ao topo, avistamos o início da trilha com entrada no campo de futebol. Daí chegamos ao topo e contemplamos por um tempo a lida beleza carioca de mar e morros ao redor , a cidade e a favela. Conversamos com uns argentinos e percebemos a chegada de uma atriz numa sessão de fotos. 

Ao deixar a trilha, logo abaixo, nos despedimos dos argentinos estes pegaram os mototaxi e seguimos caminho para descer a pé  o morro da favela. Percebi adolescente espalhados pelo morro, um com fuzil escondido nas costas e o outros mais abaixo no rádio. Essa parte era a base do tráfico de drogas. Descemos rapidamente com um certo receio de sermos parados comentado o que vimos e continuamos até repetir o nosso ritual da primeira subida: comprar algo para beber e observar os moradores subindo e descendo. Anoiteceu e descemos até chegar na saída do vidiga com o carro da polícia parado em frente da favela fazendo a segurança do morro e garantindo a ordem e a paz do tráfico e a tranquilidade carioca na zona sul.




sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

um dia no projeto social

 Esses últimos meses sem trabalho por causa da pandemia, resolvi conhecer um projeto no centro da cidade. Esse projeto atende moradores em situação de rua fazendo cadastro e tirando segunda via de documentos. Fiquei algumas horas observando os voluntários e ajudando a preencher papéis de cadastros para segunda via de documentos. Percebi como tem tanta gente que precisa do poder público, tantos que não tem uma direção e querem ser ajudados e pôr um novo rumo na vida, porém não sabem para onde se orientarem, estão zonzos pelas porradas da vida, os entraves, os descasos  e a burocracia do poder público que fecha os olhos para todos esses problemas.  


São diversas pessoas desabrigadas e orfãos da vida: de adolescentes até idosos. Vivemos presos a vida cotidiana, mas deixamos essas pessoas sem ajuda, sem amparo. E como sabemos, a revolta social se volta contra nós mesmos. 

Antes de particpar da experiência no projeto, estava um tanto que receoso.  Logo chegar, fiquei um tanto tímido e sério, meu jeito mais  quando a mentora do projeto para eu preencher algumas fichas. Minha letra nada boa me trazia preocupações de alguém que não escreve uma frase há tempos nessa era digital. Não sei se ficará legível para o pessoal, mas enfim...

Com meu jeito reservado atendi alguns. Primeiro foi um senhor que eu não conseguia entender o nome, pois acho que não tinha dente e assim eu pedia para ele repetir o nome diversas vezes. Depois, atendi uma colombiana que pedia panos para bordar e um senhor que contou sua história de um pai de dois filhos, abandonado e desempregado que vivia num abrigo na taquara. Depois conheci a saudosa Erica que vivia há muito tempo pelas ruas do centro. Erica era uma negra de grande porte, usava um gorro e uma camiseta, bem articulada e muito inteligente, com voz de homem e jeito. Muito jovem, talvez uns 39 anos, ela gostava de se gabar de sua cultura e enfatizava "Eu fiz segundo grau!". Sabia de política, história e o que passava nas ruas do Rio. Seguramente sabia muito mais sobre a vida do que muitos ricos e milionários no Brasil. Não me parecia ter dependências de drogas. Disse-me que vivia nas ruas desde o presidente FHC. Ela era como uma mãe e orientadora para os moradores de rua. 


Ao lado, havia alguns moradores de rua nordestinos. Esses gostavam de farra. Bebiam sua cachacinha e brincavam o tempo todo. Um desses gritava fazendo chacota de alguns que tentavam entrar na fila de novo e repetir o prato que recebiam dos beneditinos "Mendigo, acabou a comida! " e dava altas gargalhadas após sua fala.


Uma hora chegou um senhor  com rosto cheio de cicatriz levando uma mala de rodinhas que me disse que precisava de advogados e logo iniciou seu discurso raivoso contra o ser humano " Todos só querem dinheiro.." E assim prosseguia seu ódio a humanidade, carregando mágoa e sem ver um horizonte melhor. Sua cara sempre amarrada e de poucos amigos. Dizia que era de alta classe média e que seus imóveis foram tomados pela família. Não sei até que ponto que ele me falava era verdade. Só sei que Só o escutei e deixei desabafar. Em instantes , após conseguir o endereço da defensoria se foi.


Essa experiência para mim foi excepcional. Ouvir realidades da vida, aquelas pessoas invisíveis e suas história me fez sentir um pouco mais humano e me despertar para vida e sua totalidade. Aquelas poucas horas ali naquele projeto me fizeram sentir mais participativo nesse mundo, me tornar mais útil, mesmo que eu esteja ali preenchendo umas papeladas burocráticas a moda antiga. O que esses moradores precisam é carinho e ajuda, alguém que ouça a história  pelo menos tente ajudar, alguém que se interesse pelos problemas que eles passam e os escutem por alguns minutos.





 

 











função da arte

 Quando vejo uma obra de arte, penso qual a função dela: decoração, ou estética, beleza ou a purificação, a cartarsis da qual os gregos diziam. 

A essência da obra de arte é a sua cartarsis, a mudança profunda na alma daquele que a observa e não o puro entretenimento, um divertimento momentâneo. A obra de arte essencial deve ser universal, já que ela deve atingir a todos o públicos, deve fazer uma mudança interna no ser humano e despertá-lo para um novo mundo desconhecido, aquele espiritual. Essa arte deve unir todas as almas e todos os credos, ela é uma terapia, um despertar em busca da luz no meio das trevas que é nossa abstração do dia a dia, a nossa cegueira. 

Muitas vezes o real nos escapa já que estamos distraídos pelos afazeres de vida e a obra de arte deve trazer-nos para vida e fazer com que nós participemos da vida.

Diferente é uma obra bela sem esse valor, uma obra puramente estética com seu valor meramente decorativo como por exemplo, algumas fotografias, pinturas... Elas muitas vezes são belas e enganam qualquer observador sem uma bagagem, um filtro. Essa beleza não alcança a beleza espiritual, aquela das catedrais góticas, das paisagens naturais...


Se comparamos a música clássica de Bach com o pagode por exemplo. Está muito claro aí o que quero dizer com arte espiritual e arte de entretenimento. Por isso pergunto a mim mesmo que cada uma quer atingir?