quarta-feira, 25 de julho de 2012

Mar português

Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. ( Fernando Pessoa)

Sonho imigrante

Refletindo certo dia, quando caminhava por uma paisagem desértica: entre cactos, vegetação sem cor dura e fria, opaca e com seus poucos animais, lembrei-me do cenário da travessia entre o México para Estados Unidos. Senti-me na pele dos imigrantes que atravessam a fronteira fronteira, refleti os perigos ao enfrentar a secura do terreno, a luta pela sobrevivência, entre a vida e a morte. A depeito dos latinos da fronteira, o nordestino no Brasil não vive este perigo constante, já que possui liberdade pelo território, no momento em que a seca aperta, migram para o estado que possem familiares ou amigos e lá se arrumam. Na vida de imigrantes, principalmente, de mexicanos, a travessia soava como tarefa a ser cumprida a qualquer custo. Aquele vazio do cenário desértico mexia com meu lado psicológico de uma maneira tão dura que a busca pelo oásis era uma recompensa valiosa, uma benção de Deus. Chegar do outro lado da fronteira, era como chegar ao paraíso:dinheiro, casa, trabalho e boa vida, era tudo que pensam Crianças sem pais, famílias inteiras se arriscando em busca de um futuro de uma vida melhor, de sombra e água fresca cujo contraste da aventura perigosa era a fome do deserto, e a truculência e a vigilância pelo policiais daa fronteira. Nem sempre, na travessia, eram bem sucedidos chegando ao oásis. Muitos manddandos de volta, outros mortos, alguns pegos por traficante e ludibriado por coyotes. Fora, a parcela de imigrantes afetados pela crise mundial. Mas o que me chama mais atenção é a força e a coragem de famílias inteiras enfrentar o perigo, ultrapassar limites quase impossíveis. Esse impulso é que ergue o ser humano ao lugar mais alto. Sabemos sim, que estão infringindo leis "americanas", porém que leis são essas para quem já enfrenta a morte de perto num país tão desigual, em que a violência se torna constante? Que leis irão impedir-nos de lutarmos pela nossa dignidade de viver?Será que vivendo em um país destruído por homem temos que ficar sendo espectadores, já que não podemos mudar sua estrutura política-ideológica?

Equívocos...

Os equívocos nos levam a, muitas vezes, ficarmos descrentes com nossos pensamentos. Quando possuimos conceitos acomodados em nosssa mente, estes fazem confusão com o novo conceito com formas bem parecidas. Por exemplo, a palavra cão pode designar tanto animais como costelação. Quantas vezes já aconteceu da gente pegar o ônibus errado com as mesmas cores e formas, porém com destino diferente. Somos enganados e forçados por pensamentos idênticos, um ao outro, pois já há um esquema que guarda todas as mesmas informações e características que nos fazem acreditar que é verdade. Confundir faz parte da natureza da nossa mente, ser perfeito é quase que impossível. O ideal é analisar com todo cuidado as premissas, tendo em mente a fraqueza das assimilações mentais, ainda mais quando estamos relaxados e não queremos pensar em nada, aí sim que temos que ter a devida atenção.

Influências contrárias

O enxurrada de informações nos deixa loucos a ponto de querer consumir todo tipo de informações, muitas vezes sem separar o joio do trigo. A ânsia de saber acaba nos levando para um caminho mais obscuro e sem saída, fato que é de lugar comum atualmente, sobretudo quando se fala na influência imprensa, na qual, rodeada de interesses políticos ou não, agita a massa, manipula e impõe uma nova ideologia. Assim, quando a sociedade não possui a luz do discernimento, a manipulação vem com uma facilidade tremenda com a ajuda da ignorãncia das massas. A infinitude no mundo das notícias só nos deixa sem rumo, cada vez mais perdidos e envolvidos por catarses falsificadas. Assim, se não soubermos filtrá-las de uma forma mais qualitativa, ponto para os meios de comunicação mais obsoletos. Ao chegar aos estudos filosóficos, chega-se a uma zona confortável, onde a busca da verdade torna-se mais segura encontrando no âmago os caminhos. Sentir-se firme e com pé no chão torna-se uma alívio, já que hoje bobardeado por todo tipo de informação, a beirar a loucura e o desepero.

Equilíbrio, a fórmula para eternidade

Não deve ser jamais esquecida a herança deixada pelos asiáticos e egipcios no mundo ocidental. Influenciaram o pensamento grego com tamanha intensidade, tendo sua força maior em Pitágoras, mestre de Samos. Os contrários: o dia e a noite, o mal e o bem, o claro eo escuro, a paz e guerra...tudo que resulta uma certa oposição vem para contribuir de forma significante na maneira de filosofar. O caos, os diferentes, os contrários, que juntando chegam a uma ordem, a coesão e assim a unidade, como são os números. Ao chegar a uma ordem ao um, chega-se a harmonia. Assim, concluir que há uma coesão, o termo-médio comum entre todos, chega-se ao que tem de universal. E por final, chegamos à lei, a que rege tudo na terra, o equilíbrio e, portanto, a natureza. Para Aristóteles, em seus estudos sobre Medicina, dizia que quando uma passoa estava doente, ou esta faltando algo ou a pessoa tinha excesso. Por isso, encontrar é e sempre será o nosso maior desafio nesta vida.